As reações alérgicas são cada vez mais numerosas e frequentes, à escala mundial, quer nos adultos quer nas crianças.
Na extensa lista encontram-se alergias ao pólen das flores, ao pelo de animais, a picadas de insetos, ao sol, a produtos de limpeza, cosméticos, alguns metais, medicamentos, nomeadamente, os antibióticos e, finalmente e em grande número, alergias a alimentos, tais como, o glúten, os ovos, o marisco, o peixe, frutos secos, chocolate, morangos, tomate, lactose ou hidratos de carbono.
Uma alergia ocorre quando o sistema imunitário reage de forma exacerbada a um alérgeno, substância nociva ao organismo. Num grande número de vezes, a exposição ao alérgeno, dá origem a uma urticária aguda.
O que é a urticária?
A urticária é uma erupção que surge na pele e se carateriza por um conjunto de pápulas eritematosas semelhantes ao contato com urtigas. O aparecimento é brusco e pode desaparecer em poucas horas ou em poucos dias sem deixar rasto ou, pelo contrário, tornar-se num caso mais complicado. Esta erupção pode estar localizada ou generalizar-se e surgirem edemas concomitantes.
O edema no rosto, principalmente nos lábios ou pálpebras, é o mais comum, mas pode ocorrer também nas mãos, nos pés e na garganta, neste último caso, tornando-se extremamente perigoso, pois pode levar ao chamado “choque anafilático” que consiste no inchaço da laringe e consequente comprometimento respiratório.
Perante uma crise de urticária há que distinguir uma urticária aguda e recente, de aparecimento brusco, de uma urticária recidivante de origem crónica, associada a algumas doenças como nos seguintes casos:
- Lúpus ou outras doenças autoimunes
- Linfomatose maligna
- Infeções como a mononucleose
- Neoplasia
O que desencadeia a reação alérgica?
No que respeita às alergias, sobretudo as alimentares, a principal causa reside no aumento da permeabilidade da barreira intestinal, que permite a entrada no sangue de substâncias danosas ao organismo, gerando-se, desta forma, um conflito antígeno-anticorpo com liberação de histamina, um mediador químico das reações alérgicas, ou de outras substâncias químicas, na corrente sanguínea. Isso provoca comichão, inchaço e outros sintomas bem caraterísticos.
O Tratamento Homeopático
O tratamento homeopático da urticária aguda utiliza três grupos de remédios, segundo a caraterística e intensidade dos sintomas:
- Mediadores químicos em diluições infinitesimais
- Remédios eleitos segundo o fenómeno da semelhança
- Isoterápicos do alérgeno
No grupo dos mediadores químicos, destacam-se Histaminum e Poumon histamine, mediadores químicos das reações alérgicas, o primeiro, importante pela sua ação sobre a desgranulação dos basófilos nos pacientes alérgicos, o segundo, porque além de histamina contém outros mediadores químicos como a bradiquinina e a serotonina.
N segundo grupo, remédios eleitos em função da semelhança, destacamos os seguintes:
Apis mellifica, Muito importante em reações alérgicas, após picada de inseto ou toma de medicamentos. Pele está rosada, edema de aparecimento rápido, ardor que melhora com frio, cara e pálpebras inchadas, especialmente a inferior.
Urtica urens, indicado quando existe edema e uma erupção ardente mas mais pálida que a de Apis, tipo pápula, como se tivesse sido tocada por urtigas, prurido intolerável que agrava com o frio, banho e toque. A urticária é, geralmente, provocada por peixe, picada de abelha ou de aranha.
Copaiva, muita comichão e rubor com infeção febril.
Sulfur, indicado em caso de erupção pruriginosa e ardente num paciente esténico com tendência a afeções periódicas cutâneas mucosas ou serosas.
Lachesis mutus, urticária na sequência de picada de inseto (abelha, vespa, zangão) e quando há risco de Edema de Quincke.
Carbolicum acidum, nos casos mais sérios de Edema de Quincke.
O terceiro grupo, os Isoterápicos de alérgenos, consiste numa técnica apenas possível quando o alérgeno é conhecido, já que o remédio é preparado a partir da substância que produz a alergia no paciente. Este procedimento só será utilizado em urticárias de repetição.
A finalizar, lembramos que o tratamento desta patologia, bem como o de qualquer outra, em Homeopatia, deve ser individualizado e não dispensa o aconselhamento especializado de um profissional de saúde. Recomendamos, portanto, que antes de qualquer medicação, consulte um homeopata especializado.