Quando subimos para a balança e vemos o peso aumentar dia após dia, algo vai mal no nosso organismo.
Quais são as razões para que tal aconteça?
A primeira deve-se ao facto de, normalmente, existir um excesso de apetite que leva à ingestão de alimentos, na maioria dos casos, os de absorção rápida e de satisfação imediata, como os açúcares e os hidratos de carbono que elevam a glicemia no sangue, forçando o pâncreas a produzir mais insulina que, por sua vez, aumenta o desejo de açúcar e de hidratos de carbono, criando assim um ciclo vicioso do qual dificilmente se consegue sair.
O desejo e a apetência por aquele tipo de alimentos leva também ao desenvolvimento de um microbioma intestinal pouco saudável, tantas vezes na origem de alergias, obstipação e problemas respiratórios e que só vêm reforçar o ciclo vicioso.
A outra razão deve-se a uma deficiência na produção de duas proteínas, a leptina e a adipose produzidas, respetivamente, pelos genes LEP e ADP. Estas duas proteínas são responsáveis pela redução da massa gorda e transformação dos alimentos em energia em vez de gordura, evitando a sua acumulação no corpo.
Por que razão certas pessoas têm uma deficiência de ADP?
Um grupo de cientistas da Universidade Tufts (E.U.A.) descobriu, recentemente, que algumas pessoas têm uma deficiência ao nível do gene ADP, referenciado como “o gene anti-obsesidade” uma vez que é ele que desempenha o importante papel da redução da acumulação da gordura. Ora a razão para esse gene produzir menos proteína adipose, explicam, remonta aos nossos ancestrais, encontrando-se aí a justificação.
Clarificando, o que estes cientistas tentam explicar é que muitas pessoas herdam um ADP deficiente e incapaz de produzir a proteína em quantidades suficientes. Com efeito, uma deficiência de adipose teria sido muito útil, há milhões de anos atrás, e um excelente mecanismo de sobrevivência para os nossos ancestrais dado que, sendo escassa, a queima das gorduras e sua transformação em energia seria, naturalmente, mais lenta e adequada à escassez da alimentação.
Nos nossos dias, porém, com a excessiva oferta e fácil acessibilidade dos alimentos, uma baixa produção da proteína adipose, é tudo o que não nos convém, convenhamos!
Nos tempos modernos, e especialmente no mundo ocidental, pela primeira vez na História da Humanidade, o ser humano depara-se com o sério problema da refinação alimentar, e o antigo gene ADP tornou-se num problema de saúde porque continua a armazenar comida como gordura, à semelhança do que fazia antigamente, numa tentativa de poupar, caso venha a haver necessidade no futuro, originando, desta forma, não apenas obesidade como todo o tipo de doenças que lhe estão associadas, tais como a diabetes tipo II e as doenças cardiovasculares.
Esta é a principal razão pela qual as pessoas com excesso de peso, apesar de todas as tentativas e dietas, tantas vezes desequilibradas e prejudiciais à saúde, não perderem peso, ou se o perdem, rapidamente o recuperam ou mesmo aumentam.
Lembre-se, perder peso significa atuar ao nível da causa, só compreendendo a doença a podemos curar!