As doenças cardiovasculares estão entre as que mais matam em todo o mundo ocidental, atingindo cada vez mais, a população mais jovem. São exemplo disso, entre outras, a hipertensão, o enfarte agudo do miocárdio, a angina do peito, as doenças nas válvulas cardíacas, a endocardite, a miocardite e as arritmias cardíacas.
PRINCIPAIS CAUSAS
Entre as várias causas encontram-se o uso abusivo de fármacos, o estilo de vida sedentário, o tabagismo, o stresse crónico, a ingestão de gorduras, hidratos de carbono, açúcares e alimentos processados. Estes fatores aceleram o processo de envelhecimento do sistema cardiovascular, nomeadamente, pela diminuição do teor adrenogénico que leva à esclerose e hipertrofia cardíaca ou à falta de oxigénio que pode originar a necrose das células do músculo cardíaco ou enfarte do miocárdio.
As válvulas cardíacas, cuja função é a de garantir a circulação do sangue no interior do aparelho cardiovascular num único sentido, com o envelhecimento, tornam-se rígidas, originando as valvopatias.
Por outro lado, ao longo da vida, vão-se acumulando no endotélio depósitos de cálcio, lípidos, hidratos de carbono e tecido fibroso responsáveis pela redução ou bloqueio da circulação sanguínea, especialmente, nos grandes vasos sanguíneos como as coronárias, aorta ou artérias iliofemorais. Além dos depósitos, as artérias, com o passar do tempo, perdem fibras elásticas, as paredes aumentam de espessura e tornam-se rígidas e de maior calibre.
O TRATAMENTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Em termos da medicina convencional é comum usarem-se, nestes casos, diuréticos, estatinas, beta-bloqueadores ou bloqueadores de canais de cálcio, porém, como o seu uso é indeterminado e a longo prazo, os efeitos colaterais podem ser sérios.
A medicina homeopática dispõe de um grande número de remédios, que apresentam na sua patogénese, fenómenos cardíacos e de esclerose vascular como adiante se verá. A prescrição, no entanto, faz-se em função dos sintomas individuais e peculiares de cada paciente, bem como do seu estado mental, atendendo, portanto, sempre à globalidade sintomática do indivíduo.
PRINCIPAIS REMÉDIOS HOMEOPÁTICOS EM PATOLOGIA CARDÍACA
Alguns dos mais importantes remédios usados em homeopatia são:
Crataegus: a sua esfera de atuação incide, sobretudo, na insuficiência cardíaca, doença da aorta, arteriosclerose e aterosclerose, já que tem um poder solvente sobre depósitos calcários e crustáceos nas artérias. O paciente, geralmente, experimenta extrema dispneia ao menor esforço, pressão súbita, sufoco, opressão do peito e, por vezes, colapso. O diagnóstico, geralmente, aponta para hipertrofia do músculo cardíaco ou angina de peito.
Cactus grandiflorus: o paciente apresenta respiração opressiva com sensação de peso ou como que uma banda de ferro no peito, palpitação violenta, dor que irradia ao braço esquerdo, sufoco, suor frio, dispneia e pressão arterial baixa devido à debilidade do músculo cardíaco, sintomas, geralmente, associados a angina de peito ou endocardite com insuficiência mitral.
Digitalis purpurea: o paciente apresenta pulso anormalmente lento, irregular ou intermitente grande debilidade, desvanecimento, hipertrofia do fígado, arritmia, edema dos pés e prostração ao mínimo esforço, especialmente, em doença mitral.
Baryta carbonica: um dos principais remédios de alterações degenerativas no coração, cérebro e sistema vascular, como aneurismas, roturas vasculares ou arteriosclerose. Os sintomas caraterizam-se por palpitação e desconforto na região do coração, pulso lento, pressão arterial elevada e vasoconstrição.
A lista dos remédios homeopáticos que atuam na esfera cardiovascular, naturalmente, não se esgota aqui, muitos outros se lhe seguiriam, pretendemos, apenas, evidenciar alguns cuja eficácia está devidamente comprovada em patologia cardíaca.
No entanto, lembramos que cada caso é um caso e, se sofre de alguma destas doenças, não deverá automedicar-se, mas sim, consultar um homeopata, devidamente, credenciado que o possa ajudar na eleição do remédio homeopático e orientá-lo num tratamento adequado ao seu caso.