A HOMEOPATIA NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

 

 O Aparelho respiratório

 

É composto por vários órgãos, agrupados em três segmentos: Trato respiratório superior, vias aéreas respiratórias e trato respiratório inferior. É ele o grande responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente, isto é, pela absorção do oxigénio do ar e pela eliminação do CO2.

Entre as manifestações patológicas mais frequentes do aparelho respiratório destacam-se as Bronquiolites, as Bronquites e a Asma. Apesar de, geralmente, se confundirem, elas são bem diferentes entre si.

 Vejamos muito sumariamente as suas diferenças:

  • A Bronquiolite é uma inflamação dos bronquíolos, cuja função é levar o ar até aos alvéolos. É, normalmente, provocada por um vírus, o principal responsável é o vírus Sincicial Respiratório (VSR) que origina um edema, impedindo a passagem do ar. As principais manifestações são a febre e a falta de ar, geralmente gradativa, bem visível na cianose dos lábios e das extremidades. Afeta especialmente as crianças e os recém-nascidos.

  • A Bronquite é uma inflamação dos brônquios e instala-se quando os cílios que revestem o interior dos brônquios deixam de eliminar o muco que se acumula nas vias expiratórias. Este acúmulo de secreção faz com que os brônquios fiquem permanentemente inflamados e contraídos. A inflamação é seguida de tosse incessante devido à irritação provocada pelo muco.

 

  • A Asma é uma doença inflamatória caracterizada por uma hiperreatividade da traqueia e dos brônquios por exposição a fatores irritantes de vária ordem. O contacto com o fator desencadeante, seja humidade, mofos, medicamentos ou ácaros, provoca uma desregulação no funcionamento do músculo liso que rodeia os brônquios e que é responsável pela sua dilatação ou constrição, em função da situação a que o organismo está sujeito.

Se essa desregulação ocorrer, o músculo pode forçar a fechar demasiado os brônquios, dando origem à dispneia sibilante (do grego: dys –má; pnoia – respiração), falta de ar e dificuldade em respirar que caracterizam os episódios de Asma.

Diferentemente da Bronquiolite, na Asma, o problema principal não é, portanto, o  edema, mas sim o estreitamento da luz bronquial ou Broncoespasmo.

 

Todas estas manifestações patológicas são tratáveis através da Homeopatia. Convém, no entanto, salientar que nos referimos a Homeopatia Clássica, uma Medicina que assenta em princípios como a lei da Semelhança, a toma de um remédio único e o respeito pela totalidade do paciente, isto é, os seus sintomas físicos e mentais mais evidentes e peculiares, porque são estes que o individualizam e o distinguem de outros doentes com a mesma patologia.

 

Desta forma, tendo em vista as características e localização das manifestações acima referidas, bem como os sintomas individuais do paciente, encontramos na Matéria Médica Homeopática um grande número de remédios com a mesma semelhança.

 

De entre eles, destacaremos os seguintes:

 

  • Carbo vegetabilis: Dispneia sufocante, tosse ineficaz e pouco produtiva, doente cianótico por hipoxemia, sudoração por hipercapnia, corpo frio, quase sem vida, pulso impercetível, respiração laboriosa, rápida e curta e, apesar do frio, o paciente precisa ser abanado (sintoma peculiar). Pelos sintomas, compreendemos tratar-se de um remédio muito indicado em Bronquiolites.

  • Ipecacuanha: Tosse espasmódica, náusea e vómitos, acumulação de muco nos brônquios com muita expetoração, hipersalivação, sem sede e língua limpa. Agrava com o movimento e melhora com repouso.

 

  • Antimonium tartaricum: Obstrução bronquial com muco, tosse difícil, expetoração esbranquiçada, espessa e pouco abundante, dispneia importante. paciente abatido e sonolento, língua saburral.

 

  • Phellandrium acuaticum: Tosse frequente, sufocante, catarral (fumadores), sobretudo matutina, expetoração abundante, purulenta, verdosa, expetoração horrivelmente ofensiva que causa dispneia. A tosse obriga a sentar-se.

Sintoma Concomitante: dores que irradiam à omoplata direita, através do peito

 

  • Arsenicum album: Tosse geralmente seca, pouco produtiva e esgotadora, pode acompanhar-se de sensações de ardor no peito, episódios noturnos de dispneia (1-3h da manhã), expetoração mucosa, espumosa e abundante, sintomas gerais do medicamento: debilidade, angústia, agitação.

 

  • Sambucus nigra: A dispneia é sufocante no momento das quintas brutais de tosse, especialmente à noite, o paciente não pode permanecer de cabeça baixa, melhora sentado, total obstrução nasal. O remédio facilita a expetoração.

 

  • Grindelia robusta: Sufocação, especialmente ao adormecer e ao acordar, expetoração tenaz e esbranquiçada, asma e enfisema com hipertrofia do coração.

 

Terapêutica coadjuvante E Prevenção de Doenças Respiratórias

 

A Alteração da acidez e a deficiência em ácido clorídrico no estômago impedem uma boa digestão e comprometem a Microbiota intestinal, facto que sabemos ter um impacto muito forte ao nível da saúde dos pulmões. Torna-se, por isso, indispensável uma dieta rica em vitamina B12, tendo em vista o bom funcionamento do Sistema Imune, e a toma de probióticos e de prebióticos. Proibidos estão os lácteos e o glúten. Algumas plantas, como a Raiz de Alcaçuz, pela sua ação calmante, expetorante, antioxidante e anti-inflamatória, podem trazer grandes benefícios nestas situações.

Um tratamento adequado a cada caso é, portanto, indispensável, mas não devemos esquecer que só um homeopata especializado e credenciado poderá ajudar a melhorar estas condições. A automedicação e os remédios, ditos homeopáticos, preparados em protocolos, não poderão remover patologias desta natureza.

 

 

 

 

 

 

 

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