Sofre de perda de memória, falta de concentração, confusão e perde-se constantemente acerca do que fez ou ia fazer?

Então, este artigo, certamente, interessa-lhe.

Talvez não saiba, mas muito provavelmente, sofre de uma síndrome moderna, a que chamaria o “Duplipensar”.

Este problema surge quando a mente começa a estar sobrecarregada com informações contraditórias entre si, resultando num enorme cansaço psíquico que evolui, gradualmente, para estados de apatia, desinteresse, incapacidade de raciocínio e de lógica. Pessoas afetadas por este problema tornam-se, por isso, extremamente dependentes e permeáveis ao que os outros lhe dizem, aceitando bem tudo sem qualquer tipo de questionamento.

Mas, comecemos por compreender a origem da palavra que dá origem a este sério problema.

O termo “duplipensar” é utilizado por George Orwel numa das suas mais brilhantes obras, 1984, escrita com o intuito de alertar para os perigos de regimes totalitários.

Nesta obra, ele mostra como é fácil manipular e controlar a mente humana através do medo, da divisão de opiniões e da confusão gerada na forma como a informação é, insistente e contraditoriamente, difundida e divulgada.

Para exemplificar isso, Orwel descreve-nos um mundo de terror permanente devido ao  controlo constante e abusivo, feito através de “telecrãs”, espalhados por toda a parte, incluindo no interior das casas,  e da chamada “polícia do pensamento”.

Para ser punido, ou simplesmente desaparecer, não é preciso falar ou dizer alguma coisa contra o regime, basta um gesto, ou um simples pensamento desfavorável, e a sentença está dada, tortura e morte.

Uma das técnicas utilizadas é aquilo a que ele chama “duplipensar” e o que é o “duplipensar”?

Segundo o seu autor, é ter em mente dois pensamentos contrários e aceitar ambos como verdadeiros, por exemplo, “A liberdade é escravidão” ou “A ignorância é força”

É claro que aqui me estou apenas a referir a uma ficção literária, nada que se compare com a realidade, especialmente a dos nossos dias. Mas, se fizermos pequeno um esforço, poder-se-ia até dizer que existem, curiosamente, algumas semelhanças. A bem dizer, o que é realidade e o que é ficção? Como as poderemos distinguir?

Veja, por exemplo, a questão da confusão: num dia, a mídia ou ilustres representantes de qualquer coisa, dizem algo, mas no dia seguinte, ouvimos os mesmos dizer, exatamente, o contrário, contudo, isso não causa estranheza e é bem aceite pela população, aceita-se uma e outra coisa, embora contraditórias entre si. A isto chama-se “duplipensar”

Diz-se que temos um vírus que contagia muito e é terrivelmente letal, mas o facto é que um vírus só pode ser uma destas duas coisas, ou é muito contagioso e não é muito letal, ou é muito letal e não pode contagiar muito, porque mata logo, não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, mas, de novo, o “duplipensar” aqui a funcionar.

Também, no que respeita às inoculações, diz-se que são extremamente eficazes, 95% de eficácia, mas também se diz, ao mesmo tempo, que os inoculados contagiam os outros e podem continuar a ser contagiados pelos não inoculados. Por essa razão, têm que continuar a usar máscaras e são-lhes aplicadas as mesmas medidas que aos não inoculados. A mesma técnica aplicada, o “duplipensar”, extraordinariamente bem aceite e aplaudida sem qualquer discussão ou questionamento.

Somos, também, diariamente, informados de que as inoculações são muito seguras, até em crianças, embora sem que tenha havido ensaios nessas faixas etárias, mas, ao mesmo tempo, a mídia e até os próprios laboratórios confirmam a existência de milhares de efeitos colaterais, incluindo coágulos sanguíneos, meningite, pericardite, miocardite e um sem fim de outras “ites” e, até morte. Tudo isto é dito ao mesmo tempo, e, uma vez mais o “duplipensar” em ação e livre de qualquer questionamento.

Dois últimos exemplos ainda:

  • Diz-se que vivemos em democracia e em plena liberdade do uso dos nossos direitos, que são inalienáveis, tais como, o livre direito de expressão e de circulação. Contudo, eliminam-se e censuram-se todas as vozes dissonantes. A Carta Portuguesa dos Direitos Humanos foi até alterada, pela Lei Nº27/2021, para a Carta Portuguesa dos Direitos Humanos na Era Digital, que no seu artigo 6º garante que todos os cidadãos terão direito à informação, mas, anime-se, apenas a que o estado determinar, porque o resto será considerado “desinformação” e, naturalmente, censurado e eliminado. “Duplipensar” e maior número de afetados por ela!
  • Quando ao direito de livre circulação, de participação em eventos públicos, ou privados, e talvez até, quem sabe, num futuro não muito longínquo, até para se poder obter alimentos, temos esse direito, somos todos livres, não se esqueça disso! Mas, impõe-se uma obrigatoriedade, a da apresentação de um documento que, ilusoriamente, prove que não somos portadores de uma certa e única doença.  Podemos, no entanto, sem qualquer obstáculo, padecer de qualquer outra doença, infetocontagiosa ou não, isso pouco interessa. “Duplipensar”? Sim, claro!

Desta forma, a confusão e a desorientação mental instalam-se, não se sabe mais distinguir a verdade da mentira, surge a falta de reação, a apatia, o bloqueio mental, os circuitos neuronais começam a ser afetados e a perder a capacidade de lógica, raciocínio e de julgamento. A mente perde elasticidade e atrofia, literalmente.

A mente necessita de treinamento, como todos os músculos do corpo, só que neste caso, não lhe podemos pôr uns pesos nas mãos ou pô-la a correr, o treinamento da mente faz-se pela leitura, pela lógica e pelo raciocínio somente, desta forma, poderemos ter uma mente saudável, capaz de julgar e tomar as melhores decisões. Se, pelo contrário, permitirmos que os outros pensem por nós, estamos, deliberadamente, a permitir o aniquilamento das nossas funções mentais e, quando estas se perdem, perdemos, igualmente, o comando e controlo sobre o próprio corpo.

Esta doença é silenciosa, como as demais doenças mentais, mas progressiva e, à medida que a síndrome avança, a incapacidade do seu reconhecimento aumenta, ou seja, quanto maior o grau de desenvolvimento, maior a anestesia e a dificuldade em a reconhecer.

Enquanto a síndrome do “Duplipensar” se propaga e a alienação aumenta, a sociedade fragmenta-se, a miséria aumenta e a economia é destruída, bem diante dos nossos olhos, de forma total e irreversível. Talvez bem à imagem de um “Ensaio sobre a Cegueira”, de Saramago!

A finalizar, lembremos ainda Karl Max:

“O plano para implementar um regime totalitário, é muito simples: gerar a derrocaca de toda a ordem social vigente, instaurada pelo caos que resulta da confusão das opiniões diferentes”.

Como curar este mal?

A única receita para lhe pôr fim, começa, apenas, quando cada um, por si mesmo, tiver a capacidade de investigar, analisar e tirar as suas próprias conclusões.

Pense nisso!

É tempo de despertar!

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