Para melhor compreender a Homeopatia

A Homeopatia é uma medicina muito peculiar no que respeita à maneira como observa e compreende o doente e a doença. Por essa mesma razão, também o modo como trata o doente, e não a doença, é bem diferente da forma convencional a que, de um modo geral, estamos habituados.

Por se basear em princípios muito diferentes dos convencionais, como são, a Lei da Semelhança e da Infinitesimalidade, o Holismo e o Individualismo, continua a ser muito incompreendida e alvo de muitos preconceitos.

Contudo e apesar dos preconceitos que a envolvem, esta medicina, com mais de duzentos anos, tem vindo a ganhar terreno e muitos adeptos em todo o mundo, seja por parte dos pacientes, dos técnicos de saúde em geral e de médicos de medicina convencional. Na verdade, no Brasil, por exemplo, são várias as Universidades de Medicina que incluem nos seus currículos a especialidade de Homeopatia. Por isso, ela é bem aceite e integra o SUS (Serviço Único de Saúde) neste país.

Essa procura e entusiasmo crescente deve-se em grande parte:

  •   Aos resultados que evidencia em todos as idades e tipo de patologias
  •   A uma maior consciencialização, por parte da população em geral, para os benefícios de um tratamento o menos agressivo possível para o organismo
  •   A uma mudança de consciência nos hábitos de vida e busca de um padrão de vida mais saudável
  •   Ao conhecimento, de grande parte da população, dos efeitos indesejáveis e, tantas vezes, prejudiciais dos medicamentos alopáticos
  •   À forma pouco ou nada personalizada como o doente é visto, observado e medicado pela Medicina Convencional

Mas, para compreender a Homeopatia é preciso recuar muito no tempo e ir até onde começa a história da Medicina.

Podemos afirmar que a Medicina, como ciência médica, surgiu com Hipócrates, por isso meritoriamente considerado o Pai da Medicina. Hipócrates introduziu novos métodos no tratamento de todas das enfermidades do seu tempo, deixando-nos um vasto e precioso legado.

Ele observava atentamente os sinais e sintomas dos pacientes, distinguindo-os dos sintomas característicos das doenças e considerava este procedimento essencial e fundamental para o diagnóstico do doente.

Foi também Hipócrates, quem defendeu a existência de dois métodos diferentes de tratamento

  • Um, é “a cura pelos contrários (Contrarii Curentur), que é a base da Medicina Alopática
  •  O outro, é a “cura pelos semelhantes (Similia Similibus Curentur), o método defendido e praticado pela Homeopatia.

Assim, para a Medicina Alopática, os sintomas das doenças são vistos como a própria doença, por isso, com o intuito de erradicar a doença, o método de tratamento pelos contrários sugere a supressão dos sintomas com uma substância que produza efeitos contrários aos dos sintomas

O Tratamento pelos contrários: alguns exemplos para compreender melhor

  • No caso de uma inflamação recorre-se a um anti-inflamatório,
  • Em infeção toma-se um antibiótico,
  • Numa hipertensão é comum medicar com um hipotensor
  • Já em situações de tumorais, sobretudo se malignas, recorre-se a cirurgia e quimioterapia para destruir as células cancerígenas.
  • Em todas as situações as doses devem que ser muito elevadas, quanto maior a dosagem, melhor o efeito supressor.

O tratamento pelos semelhantes

 A Homeopatia, ao contrário, não considera que os sintomas sejam a doença. Todos os exemplos anteriores são vistos apenas como manifestações externas da verdadeira doença, que é algo interno e geral, porque afeta todos os sistemas e a mente, e é isso que tem que ser curado no doente.

Ao invés de uma substância de efeitos opostos, preparada laboratorialmente, procura na Natureza a substância que mais se assemelha à doença do paciente, na sua totalidade sintomática e, quanto menor for a dose, maior o seu poder curativo.

Estas são as principais razões que fazem da Homeopatia uma Medicina ainda muito incompreendida. A sua complexidade exige um conhecimento muito aprofundado e continuado, ao longo de toda a vida, de quem a pratica.

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