A palavra vírus deriva do étimo latino «virus» que significava, na época em que a língua latina era falada, veneno ou líquido fétido de origem animal. A palavra viria, no entanto, a cair em desuso. Foi muitos séculos depois, precisamente no início do século passado, que o étimo foi recuperado por um microbiólogo holandês, Martinus Beijerinck, ao descobrir que muitas das doenças eram provocadas por algo muito mais pequeno que as bactérias conhecidas até então. Decidiu, assim, atribuir o nome “vírus” a essa sua descoberta. Atualmente, é uma, senão a mais frequente palavra pronunciada por todas as bocas do mundo.
Podemos pensar que o ser humano está familiarizado com os vírus já que eles existem em grande número e estão entre nós há muitos milhões de anos. Calcula-se que existam cerca de 10³¹ tipos diferentes de vírus no nosso planeta e, apesar dos sérios problemas que possam causar, é bem possível que não houvesse vida na Terra sem eles.
Muitos cientistas norte-americanos acreditam que pelo menos 75% do genoma humano é formado por milhões de sequências de DNA que remontam a vírus antigos, embora já não se pareçam tanto com vírus – seriam como fósseis moleculares. Por isso, poderíamos até dizer que somos compostos por uma parte humana e outra parte de vírus.
Sabe-se hoje que a formação da placenta, o desenvolvimento do cérebro e a prevenção de infeções generalizadas estão associadas a sequências identificadas como de origem viral.
Também, segundo uma descoberta, relativamente recente, de um grupo de cientistas da Universidade de Utah, é provável que um retrovírus desenvolvido no genoma humano e proveniente de um vírus, que teria infetado os nossos antepassados, há muitos milhões de anos atrás, tenha um papel muito importante na ativação de um gene chamado AIM2, responsável por detetar uma molécula denominada interferon que sinaliza e dá o alerta da presença de uma infeção viral, forçando as células infetadas a se autodestruírem, evitando assim, uma infeção generalizada.
Estes “vírus antigos” têm, assim, um papel muito importante, uma vez que ajudam as células a combater outros vírus. (BBC Science Focus Magazine)
Mas, comecemos por compreender o que é um vírus
Um vírus nada mais é do que uma nanopartícula inerte composta apenas por DNA, RNA (ou ambos), encapsulado num envelope lipoproteico, ou seja, uma porção de proteína e de gordura. Por não ser uma célula, é incapaz de se reproduzir por si mesmo, necessitando, para isso, de infetar células específicas de um dado organismo vivo. Ao penetrar na célula, os vírus, apropriam-se do material genético da célula hospedeira, copiam os seus próprios genes e produzem proteínas virais com as quais se reproduzem e se multiplicam, infetando novas células, como é o caso do vírus Influenza e do SarsCov2.
Há, no entanto, outros vírus, como por exemplo, alguns retrovírus, que podem alojar-se no genoma do organismo hospedeiro e aí ficarem até à hora certa de iniciar a produção de novos vírus.
De qualquer modo, sempre que ocorre uma invasão, o organismo inicia o combate contra o vírus, criando uma resposta inflamatória, produzindo células especializadas, umas com a capacidade destruir as células infetadas, outras capazes de criar anticorpos e outras ainda com a capacidade de construir uma memória do vírus para ataques posteriores.
É esta luta que gera sintomas, que podem ir de um simples estado febril e mau estar geral a sintomas muito graves, não é o vírus em si mesmo.
Por esta razão, se há invasão viral, há, forçosamente, sintomas, quando se fala de infeção, falamos de doença e de pessoas doentes. Assintomáticos não são doentes e se não são doentes, não podem passar uma doença que não têm.
Os vírus têm algumas particularidades, vejamos algumas
- Uma delas é que possui um ciclo de desenvolvimento, contagia um grande número de pessoas até atingir um pico de contágio, após o qual, a sua capacidade de infeção e de contágio diminuem.
- Outra particularidade muito importante é que quanto mais contagioso é um vírus, menos agressivo e letal também o é. Quanto mais letal for, menos contagioso será. Portanto, um vírus que infeta muitos milhões de pessoas sem as matar a todas, ou praticamente todas, como acontece com o SrasCov2, com uma taxa de sobrevivência na ordem dos 97,7% nunca poderá ser considerado um vírus muito agressivo ou muito mortal.
- Outra importante particularidade é que, para sobreviverem, os vírus sofrem inúmeras mutações. Quanto maior for a tentativa da sua eliminação, através de uma imunização exógena e artificial, maior será o número de mutações que ele sofrerá. É o jogo do gato e do rato.
Não parece ter sido por mero acaso que, após o início da imunização, em dezembro último se verificou uma subida abrupta da taxa de mortalidade e o aparecimento de novas estirpes, pelo mundo fora.
O que fazer então?
Tratando-se de um vírus que, como já vimos, pela sua elevada taxa de sobrevivência, não coloca a grande maioria da população em risco de vida, fazer o que sempre se fez na História da Humanidade, em qualquer epidemia ou pandemia, isolar os mais idosos e mais suscetíveis à doença, e permitir a exposição da população mais jovem ao vírus, criando a chamada imunidade de rebanho. Desta forma, naturalmente, devido à imunidade inata, o convívio com o vírus acabará por se tornar pacífico, com o seu aparecimento sazonal, à semelhança do que se passa com o Influenza.
Outra coisa a fazer, seria educar toda a população no sentido do reforço do sistema imunitário. Para um sistema imunitário eficiente, as células necessitam de diversos nutrientes, como minerais, oligoelementos, aminoácidos e vitaminas, que se obtêm dos alimentos, mas, também, de hábitos de vida saudáveis, que incluem o ar livre, o exercício físico e o convívio social, todos conhecemos a importância do sol e do oxigénio na vida dos seres vivos, sem eles, simplesmente, não há vida! Até há bem pouco tempo, a indicação médica para doentes com problemas respiratórios eram os locais altos e arejados, ricos em oxigénio. Esta Pandemia veio trazer um novo conceito médico no tratamento de doenças respiratórias, e que é, “se está doente e tem problemas respiratórios, fique em casa!”
O que se tem feito de errado?
Um ano volvido, são incontáveis os erros que têm sido cometidos, costumamos dizer que aprendemos com os erros, mas esta não é, certamente, a atual realidade, quantos mais erros, menor a perspetiva de uma solução, maior a confusão, mais medidas absurdas e descontextualizadas a cada dia. Os papéis inverteram-se, o conhecimento médico parece ser agora pertença exclusiva de políticos e comentadores da TV, que tudo sabem, apoiados por uma verdade única de meia dúzia de epidemiologistas e virologistas, alguns deles, só por acaso, colaboradores das grandes empresas farmacêuticas. Enquanto isso, grandes nomes da medicina e da ciência, médicos de grande mérito e prestígio, prémios nobel e tantos outros vêm as suas publicações censuradas e a sua reputação exposta ao ridículo, como se de ignorantes se tratassem. Assim vai o mundo em que vivemos!
Conclusão:
Pensar em eliminar os vírus da face do planeta, além de idealista, dadas as suas características, seria o início do extermínio da vida na Terra, visto que, como já se viu, eles desempenham um papel muito importante na evolução da nossa espécie e, muito provavelmente na de muitas outras. Sempre vivemos com eles e assim terá que continuar a ser se quisermos continuar vivos. A nossa boa convivência com eles faz parte do equilíbrio da biosfera.
Ao longo dos tempos, aprendemos a lidar com uma enorme variedade de vírus, entre tantos outros, o Influenza, os Retrovírus, o Ébola, o Zika e vários tipos de Coronavírus, como os tão falados SarsCov 1 e SarsCov 2.
Mas, então, perante a atual crise sanitária, uma questão se coloca: sabendo disto (ou tendo a obrigação de saber) por que razão, alguns cientistas, epidemiologistas, biólogos, médicos e tantos outros profissionais ditos de saúde, e outros sem mesmo o serem, invadem diariamente a nossa casa, num cenário apocalítico e de guerra declarada (não definida se ao vírus ou se à própria humanidade), apresentando como única solução para a salvação (da humanidade ou do vírus?) a imunização de toda a população mundial, desvalorizando em absoluto a equação risco/benefício?
Esta é uma questão que deixamos para reflexão.
Fica, no entanto, um apelo, é preciso refletir e concluir e não nos deixarmos simplesmente seduzir pela retórica de quem é detentor do poder político e económico.
Referências
ARNEY, Kat. Viruses: their extraordinary role in shaping human evolution
https://www.sciencefocus.com/the-human-body/virus-human-evolution/
ARNOLD, Carrie. The Viruses That Made Us Human.
https://www.pbs.org/wgbh/nova/article/endogenous-retroviruses/
DOCKRILL, Peter. New Research Suggests at Least 75% of The Human Genome Is Junk DNA After All